quinta-feira, 8 de outubro de 2015

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Nildo Viana aborda a questão da Revolução Alemã

O Blog do III Simpósio Marxismo Libertário entrevistou Nildo Viana sobre alguns aspectos da Revolução Alemã, tema de sua palestra durante a mesa redonda no III Simpósio Nacional Marxismo Libertário cuja temática são as experiências autogestionárias e que contará também com a análise da Revolução Polonesa de 1980, por Cláudio Nascimento, e da Guerra Civil Espanhola, por João Gabriel da Fonseca Mateus. Abaixo a entrevista com o sociólogo:

SOBRE A REVOLUÇÃO ALEMÃ


BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO: Qual é a importância da Revolução Alemã?


A Revolução Alemã tem uma importância fundamental para a história do movimento revolucionário do proletariado. Ela, ao contrário de outras experiências, como a Comuna de Paris e a Revolução Russa de 1917, foi realizada num país capitalista mais desenvolvido, na Europa Ocidental, que, apesar de estar atrás no seu nível de desenvolvimento capitalista em relação a outros países europeus, já era uma nação industrial. Se na Comuna de Paris a população proletária, propriamente dita*, não constituía a maioria da população e na Revolução Russa era uma minoria (70% da população era camponesa), então a Alemanha foi o país de capitalismo avançado no qual a classe operária era maior. O processo revolucionário alemão aponta para o contexto social e histórico, bem como a situação da Alemanha, pois é um período de ascensão das lutas operárias, com o caso especial da Rússia (1905 e principalmente 1917), de guerra mundial (1914-1919), bem como de uma situação social de grande pobreza neste país, além dos traumas da guerra. Nesse contexto, a produção cultural de caráter crítico (especialmente a dissidência da socialdemocracia alemã, através de grupos como Liga Spartacus, de Rosa Luxemburgo; Comunistas Internacionalistas, de Otto Rühle; a Esquerda de Bremen, de Pannekoek e Gorter, etc., bem como as tendências artísticas como o expressionismo, entre outras), as lutas dos trabalhadores, e o exemplo russo aliado com a resistência e recusa da guerra, produziram uma situação de crise do capitalismo alemão e proporcionaram o surgimento dos conselhos operários e de soldados, o que gerou ações radicais, armadas, bem como outras formas de luta. Além de ter exemplificado a luta operária autogestionária numa sociedade capitalista mais avançada que no caso das experiências anteriores, outro elemento fundamental foi o papel de principal agente revolucionário, que coube à socialdemocracia. Da mesma forma, os problemas e dificuldades de constituição de uma sociedade autogerida também se mostraram, com as dificuldades da classe operária constituir uma nova sociedade, pois faltou um elemento que sempre esteve presente na grande parte das tentativas de revolução proletária: a articulação e a generalização. Nas revoluções proletárias, as lutas nas unidades de produção, com a greve de ocupação ativa alcançam seu auge, mas é preciso sua generalização e a greve geral é o seu início, mas uma vez criado uma dualidade política entre formas de auto-organização do proletariado, os conselhos operários, e Estado capitalista. Essa dualidade política só se encerra com a contrarrevolução, a vitória do poder estatal ou sua destruição pelos conselhos operários, o que pressupõe sua articulação e generalização no sentido de tomar conta da produção e autogerir o conjunto da sociedade (com apoio de outras formas de auto-organização, como conselhos de bairros, etc.). No caso alemão, isso foi dificultado não só pela força da socialdemocracia, mas também devido também à especificidade alemã, país de unificação tardia e muitas diferenças regionais e foi por isso que em algumas localidades se formaram repúblicas de conselhos operários enquanto em outras regiões isso não se concretizou e quando se conseguia em tais lugares, as outras tentativas já haviam sido derrotadas. Então, assim como todas as experiências históricas de revolução proletária, a Revolução Alemã tem uma grande importância para mostrar o potencial revolucionário do proletariado, formas de luta e auto-organização, como os conselhos operários, e os perigos e formas da contrarrevolução. O estudo de tais experiências é fundamental, não apenas para fazer sua apologia, mas também para ver por qual motivo chegaram tão perto e acabaram se tornando revoluções inacabadas. Há também o elemento complementar que é a importância real da Revolução Alemã num contexto de ascensão das lutas operárias e tentativas de revoluções proletárias (Rússia, Hungria, Itália), sendo a vitória do proletariado na Alemanha teria provocado novas tentativas de revoluções proletárias e ampliação da luta operária na Rússia, dificultando a dominação bolchevique e generalização do seu modelo de partido, "revolução" e "socialismo".


BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO: Quais semelhanças e diferenças entre estas experiências e outras que são mais abordadas pela historiografia, pensamento político, etc.?


Uma das diferenças em relação às experiências anteriores é o já citado caso alemão, de ser um país de capitalismo mais desenvolvido, com uma sociedade civil organizada mais desenvolvida (e, inclusive em relação a algumas experiências posteriores, como o caso da Espanha, mais de uma década depois, mas com um capitalismo bem mais atrasado). Outra diferença é a constituição de uma tendência revolucionária que se desvencilha da socialdemocracia e do bolchevismo e constitui uma alternativa teórica e política, recuperando o caráter revolucionário e autogestionário do marxismo. O comunismo de conselhos, forjado na luta, serviu como primeira forma mais estruturada e articulada teoricamente (e praticamente) com as práticas e ideologias socialdemocratas e bolchevistas. Sem dúvida, a maioria dos comunistas de conselhos surgiu da própria socialdemocracia, sendo dissidentes internos inicialmente, e depois de 1914, quando o espartaquismo e o bolchevismo romperam definitivamente com os Partidos Socialdemocratas, iniciou-se o processo de formação do comunismo de conselhos, no interior das tendências do chamado "socialismo radical" ou "comunismo", mas já numa posição crítica (basta ver as divergências não só com a socialdemocracia, mas com o leninismo e até mesmo com alguns elementos do espartaquismo) e que com a explosão revolucionária passam a constituir uma nova tendência que é expressão do movimento revolucionário do proletariado. A formação das "uniões operárias" e do Partido Comunista Operário da Alemanha (KAPD), em oposição ao Partido Comunista Alemão (KPD), que se colocava como um "partido" que não é um "partido propriamente dito". É dessa época que aparece o famoso texto de Otto Rühle, "A Revolução Não é Tarefa de Partido". Apesar de conservar o nome, o KAPD é uma forma de organização não-burocrática, ao contrário dos partidos "comunistas" e socialdemocratas e intimamente vinculado aos conselhos operários. A cisão interna entre duas tendências, a de Herman Gorter, que defendia a necessidade de uma organização revolucionária, e a de Rühle, que passou a defender a dissolução dessa organização nas uniões operárias, mostra alguns dos problemas da época e da falta de acúmulo teórico daqueles que perceberam a necessidade de abolição da burocracia, mas não tinham ainda o tempo suficiente para entender a situação e propor uma alternativa. Foi somente depois que, inclusive com a reunificação das duas tendências, a reflexão pode avançar, embora numa situação contrarrevolucionária e de ascensão do nazismo, o que interrompeu o processo e ficou mais por iniciativas de pequenos grupos e indivíduos isolados (Pannekoek, Mattick, Korsch, etc.). No entanto, a produção teórica e a posição política estruturada pelos comunistas conselhistas na época e posteriormente, como derivação posterior, foi uma das grandes diferenças e por isso que nas revoluções proletárias posteriores a experiência e a teoria oriunda da Revolução Alemã reaparece, tal como no Maio de 1968 em Paris, para citar apenas um exemplo. A principal semelhança é a emergência dos conselhos operários como forma de auto-organização do proletariado, o que ocorreu anteriormente nas duas tentativas na Rússia como posteriormente em todas as demais tentativas de revolução proletária, mesmo que de forma embrionária. Da mesma forma, outra semelhança é a ameaça contrarrevolucionária, sob formas distintas, mas sempre presentes e tendo como forças fundamentais o Estado capitalista e os partidos da suposta "esquerda", bem como no papel conservador dos sindicatos nas sociedades de capitalismo mais avançado. A burocracia é a principal reserva contrarrevolucionária da burguesia, seja sob a forma de burocracia estatal, partidária ou sindical. Por isso a luta proletária revelou, mais uma vez no caso alemão e nisso coincidente com todas as outras revoluções proletárias inacabadas, que além da burguesia há outra classe que precisa ser combatida e superada: a burocracia. Por isso a necessidade de abolição do aparato estatal e eleitoral, bem como dos partidos e sindicatos, é uma das lições das revoluções proletárias inacabadas e que explica o seu inacabamento, pois foram as burocracias que conseguiram efetivar a contrarrevolução.



BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO: Qual bibliografia contribui mais para a compreensão desse fenômeno histórico?



Existe uma bibliografia razoável sobre a Revolução Alemã, mas, tal como em muitos outros casos, ainda incipiente se comparada com o caso russo e ainda faltando uma obra mais profunda e detalhada dessa experiência. Obviamente que as obras existentes são perpassadas por distintas perspectivas de classe e por isso é possível ver aqueles que querem justificar a socialdemocracia alemã (tal como se vê nos livros dedicados a este tema na coleção Tudo é História, da editora Brasiliense, Daniel Aarão Reis Filho, A Revolução Alemã: Mitos e Versões e de Ângela Almeida, Da República de Weimar à Ascensão do Nazismo, apesar dessa última ser muito superior) e responsabilizam a classe operária pela vitória socialdemocrata, afinal, esta "representava o proletariado". No fundo, é a tese do reboquismo para justificar as práticas socialdemocratas. Ao contrário da Revolução Russa, também existem poucas obras introdutórias ou sintéticas sobre esse fenômeno em idioma português. Além das já citadas obras da coleção Tudo é História, tem o livro de Isabel Loureiro, A Revolução Alemã (editado pela Unesp), que é a melhor disponível em idioma português.



Há também a obra mais conhecida e quase clássica sobre o assunto, do trotskista Pierre Broué, A Revolução Alemã. Essa padece do problema do trotskismo, também presente no livro do próprio Trotsky, Revolução e Contrarrevolução na Alemanha, que é o vanguardismo, embora mitigado em alguns momentos no último livro, devido às ambiguidades do autor. Essas abordagens todas expressam uma perspectiva burocrática sobre a Revolução Alemã, seja da burocracia estatal e moderada (socialdemocracia), seja a da burocracia radicalizada e vanguardista (trotskistas). A lista desse tipo de obra é bastante extensa.



As melhores obras, no entanto, são as de Gilbert Badia, em seus estudos sobre o espartaquismo, bem como a obra do conselhista H. C. Meijer, O Movimento dos Conselhos Operários na Alemanha, apesar de muito sintético e focalizar aspectos ao invés do todo, os livros dos bordiguistas Denis Authier e Jean Barrot, A Esquerda Alemã: Doença Infantil ou Revolução? e A Esquerda Comunista na Alemanha (1918-1921), apesar de focalizar mais nas lutas entre as organizações revolucionárias e as burocráticas. Há também uma bibliografia pouco acessível e que contribui com material informativo, apesar da perspectiva de classe ser burguesa ou burocrática, além de obras de historiadores. Um exemplo é o livro de Noske, publicado em 1918, A Revolução Alemã, que mostra uma versão socialdemocrata, pois ele foi ministro na República de Weimar, pois além de fornecer informações, mostra uma determinada posição política expressando suas concepções a respeito do fenômeno em questão.


 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

João Gabriel da Fonseca Mateus fala sobre a Guerra Civil Espanhola


O Blog do III Simpósio Marxismo Libertário entrevistou João Gabriel da Fonseca Mateus sobre alguns aspectos da Guerra Civil Espanhola, tema de sua palestra durante a mesa redonda no III Simpósio Nacional Marxismo Libertário cuja temática são as experiências autogestionárias e que contará também com a análise da Revolução Polonesa de 1980, por Cláudio Nascimento, e da Revolução Alemã, por Nildo Viana. Abaixo a entrevista com o historiador:


BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO: Qual a importância em discutir a Guerra Civil Espanhola?

João Gabriel da Fonseca Mateus: Pensar a Guerra Civil Espanhola em 2014 não permitiria, para nós de seu futuro, constituir os passos revolucionários que ela produziu. Mas, através de um trabalho empírico e hermenêutico, provocar a sua atualidade e potência como possibilidade, como projeção de futuro. Devemos dizer que nos interessa problematizar as práticas de sociabilidade do anarquismo durante a Revolução Espanhola, refazendo uma produção historiográfica do ponto de vista da emergência de práticas autogestionárias.
Torna-se interessante ressaltar que o processo de transição do sistema de propriedade privada para a propriedade coletiva se deu de forma rápida e eficiente, não afetando a terra em si ou o sistema produtivo direto. Ela se torna base da produção do camponês pobre e trabalhador deixando ser a algoz ferramenta dos latifundiários sobre esses mesmos camponeses. Ressaltemos no tempo presente que os Conselhos de Fábrica do período foram se agrupando de acordo com os seus ofícios e funções, aproximando os trabalhadores e relacionando-os no sistema federativo de organização. Por exemplo, nos Sindicatos de Indústria, afirma Diego Santillan, proveria a modernização da maquinaria, juntamente com a fusão e coordenação das fábricas, além da supressão dos estabelecimentos improdutivos, etc. Nesse sentido, os próprios sindicatos se tornaram organismos que representam a produção local, cuidando não só da sua preservação, como também do seu futuro, criando escolas de ensino profissional, institutos de pesquisa e laboratórios experimentais, conforme a sua iniciativa e os meios disponíveis.
Além disso, mostremos ao tempo presente a possibilidade histórica de coletivização das terras, fábricas e os meios de transporte, resultado da decisão de uma seção plenária regional da Confederação Nacional do Trabalho (CNT), realizada em Madri a 30-10-1933. De acordo com a própria resolução:
“Declaramos que se triunfarem as tendências fascistas e por esse ou outro motivo se produzir uma comoção popular, a CNT tem o dever de impulsionar os desejos populares para plasmar na realidade sua finalidade comunista-libertária”.
A experimentação analítica na Guerra Civil Espanhola descreverá a anarquia contra a política, ou contra esse território da política, demarcado não desde o Estado. Práticas autogestionárias não são essencialmente econômicas ou políticas, ou simultaneamente ambas, mas afirmações.
Resumindo, a importância da discussão da Revolução Espanhola está em produzir uma nova experimentação analítica, que aqui, investe numa atualidade do anarquismo no hoje. Pensar a Guerra Civil Espanhola não permitiria, assim, recriá-la, mas provocar e descrever sua atualidade na potência que ao pensá-la acontece.

BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO:  Dentre as diversas interpretações desta revolução, qual é a que poderíamos dizer que é mais fiel ao que realmente aconteceu?

João Gabriel da Fonseca Mateus: Existe, no campo do anarquismo, uma produção vasta sobre a Revolução Espanhola. Apresentar uma concepção única de verdade não nos é o caminho melhor a percorrer. Suas interpretações díspares e ao longo de vários anos, provoca-nos hoje a necessidade de criar um apanhado mais amplo de possibilidades interpretativas abarcando na sua complexidade uma maior possibilidade explicativa. Assim, autores como Pierre Broué, Gaston Leval, Caros José Márquez, George Orwell, Gaétano Manfrédonia, Pierre Villar, Igor Pomini, Margareth Rago, Frank Mintz e tantos outros, serão aqui utilizados de maneira complementar. Por exemplo, os relatos de Orwell em Recordando a Guerra Civil serão complementados pelos documentos empíricos que Margareth Rago organizou em obra que falaremos abaixo. Além disso, os trabalhos analíticos de Pomini, Leval são complementares aos trabalhos cânones de Vernon Richards (Enseñanzas de la revolución española), tal qual os de Paul Preston (La Guerra Civil Española) e Frank Mintz (La autogrestión en la España revolucionaria; Ensinamentos da autogestão espanhola).
Além destes, deixemos como indicação os autores Pierre Broué, Gaston Leval, Caros José Márquez, Gaétano Manfrédonia e Pierre Villar, que debruçaram de maneira profunda sobre o tema em questão.  Na palestra, ainda, farei ainda uma análise de cartazes da Revolução Espanhola, tal qual este que o leitor encontra aqui ao lado. Em nossa apresentação utilizaremos alguns documentos históricos, tais quais os jornais Tierra y Libertad, Solidaridad Obrera, os Boletín de Información de la CNT-FAI (ambos do período revolucionário) e uma seleção de documentos do grupo feminista Mujeres Libres que a brasileira Margareth Rago fez na obra, em coautoria com   Maria Clara Pivato Biajoli,  Mujeres Libres da Espanha: documentos da Revolução Espanhola.

 




BLOG III SIMPÓSIO MARXISMO LIBERTÁRIO: Qual a semelhança entre a Revolução Espanhola e outras experiências históricas autogestionárias, como a Comuna de Paris e Revolução Russa?

João Gabriel da Fonseca Mateus: O processo de comparação entres os acontecimentos históricos devem ser sempre cuidadoso. O anacronismo pode ser um erro premente. Mas, de fato há elementos, de acordo com nossa concepção, que une esses acontecimentos? Dizemos, sem hesitação, que sim.
Na Revolução Russa, por exemplo, afirma Maurício Tragtenberg, a Oposição Operária dos anos 20, a Rebelião de Kronstadt (1921), a Revolução Makhnovista na Ucrânia (1918-1921 representam a prática da autogestão das lutas pelo proletariado, que são nada mais do que o ressurgimento de  reivindicações de controle operário da produção, autonomia sindical e dos conselhos operários e rejeição da ditadura do partido único.
De acordo com esse mesmo autor, é na Espanha, no período 1936-39, que se dará, em 80% do país, a prática da autogestão das lutas operárias contra o fascismo e o capitalismo e da coletivização das fábricas e das terras. Tal qual na Comuna de Paris, na Revolução Russa, essa prática libertária de sociabilidade será esmagada pelo Estado e pelo Capital.




quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Confirmada a presença de Léo Vinicius no III Simpósio Marxismo Libertário!

 
Léo Vinicius, autor de A Guerra da Tarifa (veja capa acima), e pesquisador dos movimentos e lutas sociais contemporâneos, confirmou sua presença no III Simpósio Nacional Marxismo Libertário, em Mesa Redonda que debaterá AS JORNADAS DE MAIO E JUNHO NO BRASIL, ao lado de Edmilson Marques/UEG e Lucas Maia/IFG. Para mais informações sobre o evento, clique aqui.